Informações do médico
Currículo :
– Pós-doutorando em Oftalmologia pela Universidade Federal de São Paulo
– Doutorado em Oftalmologia pela Universidade Federal de São Paulo
– Pós-Doutorado pelo New England Eye Center Tufts University, Boston
– Diretor Médico Centro Oftalmológico Città
Degeneração Macular Relacionada à idade (DMRI)
A DMRI)ocupa a terceira posição entre as causas mais frequentes de perda visual em indivíduos acima de 55 anos. Essa doença provoca uma redução progressiva da visão central, fundamental para tarefas como leitura e condução de veículos.
Pesquisas realizadas em diferentes partes do mundo identificaram diversos fatores de risco para o surgimento e evolução da DMRI. Entre eles estão aspectos genéticos, hábitos alimentares, estilo de vida, fatores ambientais e características oculares, como olhos claros.
A perda de visão causada pela DMRI pode ocorrer de forma lenta, ao longo de meses ou anos, ou progredir rapidamente, dependendo da gravidade e do tipo da doença.
Os fatores mais relevantes para o desenvolvimento e agravamento dessa condição incluem idade acima de 60 anos, histórico familiar da doença e tabagismo. Pacientes com predisposição genética que passam por cirurgias de catarata devem realizar um acompanhamento regular com um especialista em retina.
Como prevenir a progressão da DMRI?
Por ser uma doença multifatorial, é importante atuar sobre o maior número possível de fatores de risco. O estresse oxidativo, que ocorre devido à exposição à luz, inflamação e produção de radicais livres, desempenha um papel importante na evolução da DMRI. O tabagismo é um dos maiores vilões, pois uma única tragada é suficiente para liberar bilhões de radicais livres no organismo, causando danos ao DNA. Parar de fumar é uma das formas mais efetivas de reduzir o risco da doença.
Em situações específicas, o uso de suplementos vitamínicos pode retardar a progressão da DMRI em até 25% nos casos avançados. Porém, esse tipo de tratamento deve ser indicado exclusivamente por um oftalmologista especialista em retina.
Como diagnosticar a DMRI?
O diagnóstico precoce é feito por meio de exames detalhados realizados por um especialista. O exame de fundo de olho é essencial para identificar alterações iniciais.
Além disso, exames avançados, como a Tomografia de Coerência Óptica (OCT), fornecem imagens detalhadas e não invasivas, permitindo a detecção precoce da doença. A Angiotomografia de Coerência Óptica (Angio-OCT) também pode ser utilizada para analisar os vasos da retina sem necessidade de injeção de contraste, sendo fundamental para identificar membranas neovasculares na forma úmida da doença.
Existe tratamento para a DMRI?
A DMRI apresenta duas formas principais: seca (atrófica) e úmida (exsudativa). A forma seca tem uma progressão mais lenta, geralmente causando impactos visuais significativos apenas em estágios avançados. Embora não exista um tratamento curativo para esta forma, suplementos antioxidantes ajudam a retardar sua evolução. Medicamentos recentes, como Syfovre e Izervay, também têm mostrado resultados promissores na redução da progressão em casos específicos.
A forma úmida, por sua vez, é caracterizada pelo surgimento de neovasos anormais na mácula, o que pode causar perda de visão rápida. O tratamento padrão é feito com injeções intraoculares de anti-VEGF, que podem estabilizar ou até melhorar a visão, especialmente quando iniciados precocemente. Em alguns casos, tratamentos como fotocoagulação a laser podem ser utilizados, mas apresentam maior risco de efeitos colaterais permanentes.
Quais sinais de alerta devemos observar?
Os principais sintomas incluem distorção das imagens e manchas escuras no campo central de visão (escotomas), que podem dificultar atividades como leitura e outras tarefas de visão próxima.
Como a progressão pode ser silenciosa, muitos pacientes só percebem os sintomas em estágios mais avançados. Por isso, consultas regulares com um oftalmologista são indispensáveis para detectar a doença precocemente.
A DMRI é uma condição que pode impactar significativamente a qualidade de vida. Entender os fatores de risco, sintomas e opções de tratamento é essencial para prevenir sua progressão. Se você ou alguém próximo apresentar sinais de DMRI, não hesite em procurar um especialista para avaliação e orientação.